sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Um Convite


Eu sei quem é você
Um ser humano
Que foi treinado a obedecer
A seguir um plano

Por ordens superiores
Pra solucionar problemas
Mas acabou levando as dores
De um sistema que condena

Que prefere ver a morte
Do que exaltar a vida
Que protege quem tem sorte
Toda a parte nobre e rica

Você perdeu a alma
Perdeu a esperança
Mas você já teve traumas
Também já foi criança

Arrancaram seu espirito
Te deram uma arma
Um cacetete um distintivo
Vendeu sua alma pela farda

Por um preço pequeno
2 mil reais por mês
Um salário pleno
Pra quem pode morrer

Mas foi treinado a matar
talvez você nem queria
Mas te ensinaram a aceitar
Não questionar e ir pra cima

A identificar suspeito
Puro pobre e preto
A sempre exigir respeito
E a condenar o gueto

Mas dentro de você
Eu sei que ainda existe
Um ser vivo que não vê
Que a vida ainda resiste

Que na batalha contra
Todas as revoluções
Você não se confronta
Queria ser das multidões

Queria mudar o mundo
O Senado e o congresso
Acabar com vagabundo
Que destrói nosso progresso

Vem pra cá arranca a farda
Vai pra rua pinta a cara
A poesia tarda
Mas pesa mais que suas armas

Vem pro nosso lado
Entenda nosso alerta
Você não nasceu pra ser soldado
Nasceu pra ser poeta

Você também necessita
Precisa se expressar
E a rima te fascina
você não pode negar

Queria escrever poesia
Lavar a alma das chacinas
Mas hoje é quem judia
Faz parte da carnificina

Tem um lado seu
Adormecido pelo general
Escurecido como o breu
Que luta contra o mal

Enxergue a nova justiça
Pode abaixar seu cano
Você além de ser policia
Ainda é um ser humano 


um poema especial para o delegado poeta que escreveu um B.O. em forma de poesia.

Um comentário:

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