Eu sei quem é você
Um ser humano
Que foi treinado a obedecer
A seguir um plano
Por ordens superiores
Pra solucionar problemas
Mas acabou levando as dores
De um sistema que condena
Que prefere ver a morte
Do que exaltar a vida
Que protege quem tem sorte
Toda a parte nobre e rica
Você perdeu a alma
Perdeu a esperança
Mas você já teve traumas
Também já foi criança
Arrancaram seu espirito
Te deram uma arma
Um cacetete um distintivo
Vendeu sua alma pela farda
Por um preço pequeno
2 mil reais por mês
Um salário pleno
Pra quem pode morrer
Mas foi treinado a matar
talvez você nem queria
Mas te ensinaram a aceitar
Não questionar e ir pra cima
A identificar suspeito
Puro pobre e preto
A sempre exigir respeito
E a condenar o gueto
Mas dentro de você
Eu sei que ainda existe
Um ser vivo que não vê
Que a vida ainda resiste
Que na batalha contra
Todas as revoluções
Você não se confronta
Queria ser das multidões
Queria mudar o mundo
O Senado e o congresso
Acabar com vagabundo
Que destrói nosso progresso
Vem pra cá arranca a farda
Vai pra rua pinta a cara
A poesia tarda
Mas pesa mais que suas armas
Vem pro nosso lado
Entenda nosso alerta
Você não nasceu pra ser soldado
Nasceu pra ser poeta
Você também necessita
Precisa se expressar
E a rima te fascina
você não pode negar
Queria escrever poesia
Lavar a alma das chacinas
Mas hoje é quem judia
Faz parte da carnificina
Tem um lado seu
Adormecido pelo general
Escurecido como o breu
Que luta contra o mal
Enxergue a nova justiça
Pode abaixar seu cano
Você além de ser policia
Ainda é um ser humano
um poema especial para o delegado poeta que escreveu um B.O. em forma de poesia.
Pouxa Issa, gostei bastante do seu poema...
ResponderExcluirBeijão =D