quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Exaustidão do Ódio

Ele tomou conta de mim com plenitude. Preencheu meus vasos sanguíneos, se estendeu por cada mólecula viva dentro do meu organismo. Me infectou como um vírus.Uma forma de ser transferível e limitada.
O ódio vem e nos cega, toma posse das nossas ações, impulsiona nossos movimentos, congela aquilo que chamamos de alma, porque não sabemos como chamar.
Se felicidade é algo temporário, o ódio também é. Não digo daquele projeto de ódio, sintoma levemente percebido, confundido com inveja ou raiva. Raiva pode vir e se instalar. O ódio é diferente. Ele vem, te destrói e vai embora.
É daqueles que te faz quebrar tudo, destruir prédios, socar paredes, rasgar tecidos, tornar o caos e consumir o fogo. E então, no final de tudo, você vai ao chão, exausto. Tomado por uma força superior inconcebível, gasta toda nossas energias. Fazemos o que fazemos pois precisamos liberá-lo, pois já não cabe dentro de nosso frágil corpo.
Dura uma explosão de 10 toneladas de dinamite. E depois que o fogo se apaga, o barulho se esvai, o tremor cessa, tudo acaba e volta a sua normalidade. Assumimos o descontrole. Vivemos cada minuto daquilo e nos esquecemos de tudo no final.
Somos possuídos e nos libertamos. Por instinto ou exaustão.

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