Ele tomou conta de mim com plenitude. Preencheu meus vasos sanguíneos, se estendeu por cada mólecula viva dentro do meu organismo. Me infectou como um vírus.Uma forma de ser transferível e limitada.
O ódio vem e nos cega, toma posse das nossas ações, impulsiona nossos movimentos, congela aquilo que chamamos de alma, porque não sabemos como chamar.
Se felicidade é algo temporário, o ódio também é. Não digo daquele projeto de ódio, sintoma levemente percebido, confundido com inveja ou raiva. Raiva pode vir e se instalar. O ódio é diferente. Ele vem, te destrói e vai embora.
É daqueles que te faz quebrar tudo, destruir prédios, socar paredes, rasgar tecidos, tornar o caos e consumir o fogo. E então, no final de tudo, você vai ao chão, exausto. Tomado por uma força superior inconcebível, gasta toda nossas energias. Fazemos o que fazemos pois precisamos liberá-lo, pois já não cabe dentro de nosso frágil corpo.
Dura uma explosão de 10 toneladas de dinamite. E depois que o fogo se apaga, o barulho se esvai, o tremor cessa, tudo acaba e volta a sua normalidade. Assumimos o descontrole. Vivemos cada minuto daquilo e nos esquecemos de tudo no final.
Somos possuídos e nos libertamos. Por instinto ou exaustão.
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