sábado, 30 de julho de 2016

Relatos da minha Própria Libertação Pessoal

Nossa quanto tempo que eu não escrevia nesse espaço. A paranoia de produzir música atras de musica e de "ser a melhor" nisso me consumiu a um único tipo de composição e os textos foram deixados para trás.

Escrever textos, além de rimas, faz parte de mim também. Eu que não conseguia visualizar a minha real capacidade pra fazer absolutamente tudo e qualquer coisa. Parece até que sempre foi assim...

Talvez minha criação seja um fator importante pra isso pois foi reprobatória em vários pontos: pelo fato da minha sexualidade, genética, estética, e meus comportamentos. Aliado a tudo que é esperado do sistema pra que você não falhe para ser algo que você não é, apenas para seguirmos padrões que distorcem nossa realidade, tudo como uma forma de controle do nosso corpomente.

Eu sempre soube que tinha algo de muito errado nisso tudo, o RAP me trouxe a confirmação e o que eu mais quis a partir desse conhecimento adquirido era libertar as pessoas! Seria uma pena se não desse pra fazer isso sem libertar a si mesma primeiro.



Quase que inconscientemente, nessas de me libertar de tudo que me prende eu trilhei uma jornada mundo afora e universo adentro. E eu me perdi em um caminho meio tortuoso dentro de mim, cheio de buracos e valas, fora os muros gigantes que tive que escalar. Só que de escalar muros altos nunca fui forte mesmo e eu sempre me esborracho no chão (confesso, não tenho muito senso de espaço).

Numa briga constante entre a minha alma e meu ego e enfraquecida por diversas situações que a vida nos dá, eu só me percebi caindo lá do alto do muro em meio a uma crise de "autoódio" querendo me destruir, me debatendo contra o guarda roupa. Peço perdão às pessoas que me perguntaram o que era o hematoma gigante no meu antebraço direito e eu vergonhosamente menti dizendo que eu cai e "haha nossa como eu sou estabanada [insira um sorriso amarelo aqui]". Mas a realidade é essa ai e ela me fez perceber duramente o buraco no qual eu estava entrando, como se a queda não bastasse.

Sabe, uma coisa que eu acredito e eu posso estar errada, é que quando você se coloca em um buraco ninguém mais pode te tirar de lá ao não ser propriamente você. Não adianta analista, psicologo, terapeuta se não houver apoio mutuo e vontade de mudança. É óbvio que todo apoio é bem vindo nessa hora e eu tive um apoio gigantesco da minha companheira, que me mostrou para que um relacionamento serve, pra ascensão do ser em conjunto.

O que eu não tava contando é que eu não fazia a menor ideia de como sair do meu buraco particular no qual eu tava me metendo. A resposta veio por mim mesma e como num fio de sobriedade transcendental eu me conectei ao universo novamente, com um som jamaicano dos anos 60 reverberando em tamanha qualidade de equalização que eu podia sentir cada instrumento sendo tocado e gravado com tudo isso sendo transportado para um pequeno LP na pickup do DJ.

Enfim, as cordas náuticas gigantescas que me prendiam se desfizeram como laços de cetim num presente bonito. E o muro assumiu ser apenas um degrau da escadaria. A partir dali eu me reconheci como sendo única. Me desprendendo de todos os julgamentos que tentavam me subjulgar e que por puro preconceito me acorrentavam. No final de tudo, pareceu ser tão simples e eu sinto ter todas as respostas para absolutamente tudo.

Mais do que isso, eu recuperei em mim algo que não via faz tempo, meu intuito questionador, criativo, minha auto confiança e força de vontade pra fazer tudo e qualquer coisa que eu quiser. Sinto que desbloqueei vários níveis de percepção e minha sensibilidade aflorou de forma que conseguisse sentir as pessoas muito além do que elas aparentam ser, pois é assim que quero ser vista também e tenho muito de mim pra mostrar, tudo isso é realmente maravilhoso.

Tanto, que até a escrever eu voltei! Cê ve?

Um comentário:

  1. Passei por uma fita meio parecida esses tempos atrás.. ler esse seu texto deu até uma iluminada en algumas coisas que não tinha sacado ainda. Só agradeço!

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