terça-feira, 11 de outubro de 2011

Flores no Deserto

Falta água na mesma proporção que falta esperança.

Sobra sol, não sombra. Não há nada ao redor. Simplesmente areia. Areia movediça. A persistência de continuar no mesmo deserto por mais uma era, buscando uma saída, procurando me encontrar.
Antes andava em passos, houve dias que saí correndo, houveram pequenos momentos que avistei um oasis. Não passavam de miragens. Era a ilusão sob qual a minha mente se contorcia.
O calor te deixa sem ar. Hoje eu me rastejo como uma seperte. Finco meus dedos na areia quente, me agarrando para poder continuar. Passei tanto tempo aqui, poderia suportar mais um pouco. O tempo passa rápido. Mas quando você tenta atravessar um deserto rastejando... não passa.
 
É muito mais simples sair do deserto do que imaginam, o problema é sair do deserto. Deixar suas flores, suas dores, suas mágoas e lembranças. O deserto cemitério, quantos cadáveres encontro por lá. Tudo de forma adequada. Tudo estrategicamente mal posicionado pela lei da ação e reação.
Cobras víboras cercam minha jornada e esperam o bote. Mas não vou sair por elas. Estou vacinada.
O deserto congela durante a noite. Meus ossos congelam durante todo o dia.
Já não sinto mais medo, não sinto mais nada.
É tudo meu, de mais ninguém.
Meu deserto particular.

Um comentário:

  1. é tudo meu, quem decide sou eu, não importa oque irão dizer, se não encontrar a saída sou o principal culpado, não tendo que julgar alguem por minhas tolas tentativas... :)

    é mais ou menos isso que se resume.

    ResponderExcluir

Olá, deixe um pouco de vc por aqui...