Soterrados

Estamos nós aqui. Sob esse pedaço de amor desabado, presos sob essa terra maciça tanto quanto cimento, sem escapatória. Apenas esperando alguma ajuda do mundo exterior, fadados a suportar toda a angustia que nos envolve. Refens do tédio esmagador, da mesmice sufocante, prestes a morrer de fome. Famintos sim, de nós mesmos. Sentindo silenciosamente nossa alma morrer aos poucos sem conseguir respirar. Esperando, algum de nós descobrir que, ou esperamos a morte, ou, esperamos a atitude de alguém. Andando em Círculos, esperando. Sabemos sim de nossa real situação, temos a falsa lucidez de que a fantasia mentirosa é o remédio contra tudo que nos prende e nos mata aos poucos.
No escuro, submersos, a baixo de tudo e de todos, esperando o resgate enquanto apenas, sobrevivemos.

Esse texto foi escrito em 2010 e toda sua formatação original foi mantida.